Marcelo Melo, desde o início deste ano, joga ao lado do polonês Lukasz Kubot. Eles foram campeões do Ricoh Open, na Holanda, dia 17 deste mês, e do Gerry Weber Open, na Alemanha, neste domingo (25), títulos inéditos na grama na carreira do brasileiro, somando agora quatro conquistas no ano – venceram também os ATP 1000 de Miami e Madri. Marcelo tem 26 campeonatos na carreira – recordista entre os brasileiros ao lado de Bruno Soares -, vê cada vez mais consolidada a liderança da dupla no ATP Doubles Team Race to London e é terceiro no ranking mundial individual de duplas. Momento especial, mais uma vez, comemorado em parceria com o irmão e treinador Daniel.
“Desde quando comecei com Daniel, nós deixamos claro que seria muito importante ter respeito um pelo outro, sabendo separar a família, o irmão, do trabalho no tênis. Eu acho que conseguimos fazer isso muito bem e é um dos motivos de estarmos há 10 anos juntos. E, com certeza, é muito bom você viajar sempre com um familiar por perto, nós que ficamos muito tempo fora de casa. Ele também foi jogador de tênis e sabe disso. Realmente ajuda muito em todos os aspectos e, no lado pessoal, entende mais a minha cabeça, como é meu comportamento em casa, dentro e fora de quadra, temos mais liberdade de conversar sobre as coisas que estão acontecendo”, afirma Marcelo.
Uma opinião compartilhada por Daniel. “Nossa parceria é muito boa, de confiança e respeito dentro e fora da quadra. Como irmãos, às vezes, temos nossas desavenças, o que é natural, não é? Mas, esses 10 anos juntos, esse entendimento, tudo o que temos construído, nos dá conforto para trabalhar tranquilos em busca de conquistas, de vitórias e títulos”, garante Daniel, seis anos mais velho que o irmão Marcelo, que está com 33.
Marcelo e Daniel têm uma rotina de muito trabalho ao longo da temporada. “O Marcelo faz uma hora e meia de preparação física por dia e treina, em média, três horas. Tem a rotina de torneios, do calendário. Assim, eu estou sempre viajando com ele. Não é full time, todas as semanas do ano, mas sempre que possível e necessário estou junto, assim como nos jogos da Copa Davis, como auxiliar na equipe brasileira. Temos convivido bastante esse tempo todo. Conseguindo evoluir sempre e conquistando resultados”, observa Daniel.
Título em Roland Garros é inesquecível – Daniel relembra um pouco do que já viveram no tênis. “Conquistamos bastante coisa desde que ele venceu seu primeiro ATP. Sem dúvida, o título mais importante foi o de Roland Garros, em 2015. O Grand Slam de Paris é inesquecível para os brasileiros, com as vitórias do Gustavo Kuerten, e o Marcelo ter ganho lá também, em duplas, foi muito especial. Mas, mais do que os títulos, acho que o que conquistamos de mais importante como parceiros foi ele ser o primeiro brasileiro a alcançar o posto de número 1 do mundo em duplas. Eu lembro disso como uma das coisas mais marcantes, por enquanto, da nossa história”.
Antes da parceria como jogador e técnico, Marcelo e Daniel chegaram a se enfrentar – em apenas duas ocasiões – e, também a jogar juntos alguns torneios. Depois, foi em conjunto que tomaram a decisão de Marcelo passar a se dedicar às duplas.
“Ele é um grande voleador, um ótimo sacador, é alto, cobre muito bem a rede. Então foi uma decisão que deu bastante certo, tomada quando ele tinha de 23 para 24 anos. Graças a Deus, desde então, vem jogando bem, tendo excelentes resultados”, explica Daniel.
“Marcelo vem crescendo, evoluindo em todas as suas técnicas, inclusive hoje é um melhor devolvedor e, agora, com essa experiência de circuito, já vem há alguns anos terminando entre os top 10, sempre obtendo títulos expressivos. É continuar evoluindo sempre, porque todo dia temos de buscar isso, para tentar competir da melhor forma possível no alto rendimento”, completa.
Uma evolução que tem sido mostrada pela dupla Melo e Kubot. “Eles conquistaram dois títulos, em 2015 e 2016, no ATP 500 de Viena, e depois conversaram e decidiram jogar juntos este ano. No primeiro trimestre estavam se encontrando ainda, mas agora estão no caminho certo e puderam comemorar os títulos deste ano, sendo a dupla ATP com mais pontos em 2017. Uma parceria que se encaixou e que vem jogando bem, com regularidade”.
Daniel parou de jogar após 10 anos como tenista profissional, depois de uma lesão no menisco. “Eu precisei me recuperar e aí não consegui voltar tão bem. E, também, comecei a ficar mais velho, tentando focar em outra coisa, pensando na minha vida, que acabou resultando em nossa parceria. Isso junto com um grande apoiador, a partir do final de 2007, que é a Centauro, desde então dando suporte para o nosso time”. Marcelo tem o patrocínio de Centauro, BMG e Itambé, com apoio da Confederação Brasileira de Tênis (CBT).
Dois títulos na grama antes de Wimbledon – O Ricoh Open, ATP 250, na Holanda, marcou o início da série de disputas em grama da dupla Marcelo Melo e Lukasz Kubot como preparação para o torneio de Wimbledon 2017, terceiro Grand Slam da temporada, a partir do dia 3 de julho, em Londres, na Inglaterra. Depois, eles participaram do Gerry Weber Open – ATP 500, na cidade de Halle, na Alemanha, também na grama. O saldo não poderia ser melhor, com a comemoração de dois títulos e muita confiança da dupla número um do mundo para a estreia em Wimbledon na próxima semana.
Nesta temporada, com Kubot, Melo soma 28 vitórias, incluindo a 400ª da carreira, obtida na estreia em Roland Garros, e os títulos de dois Masters 1000 – Miami e Madri –, o ATP 250 da Holanda e o ATP 500 na Alemanha. Ao lado de Bruno Soares, é o brasileiro com mais títulos na carreira, com 26 conquistas. Ele também lidera no número de títulos em Masters 1000. Em Madri chegou ao sétimo, depois de ganhar Shangai (2013 e 2015), Paris (2015), Toronto (2016), Cincinnati (2016) e Miami (2017).
A dupla é líder do ATP Doubles Team Race to London, que define as oito melhores parcerias de 2017 para disputar o ATP Finals, somando 4160 pontos e abrindo 810 pontos à frente da dupla segunda colocada, Henri Kontinen (FIN) e John Peers (AUS), com 3350.